Ainda que (Salmo 46)

O livro dos Salmos é um livro de cânticos escritos por vários autores judeus. Esses hinos eram entoados no templo em Jerusalém e fora dele. Muitos desses cânticos são didáticos, tinham como objetivo ensinar o povo a confiar em Deus e obedecer a seus ensinos e suas leis.
O salmo em apreciação é conhecido como o cântico dos filhos de Corá, conhecidos como cantores do templo. É um cântico que afirma a confiança em Deus diante de qualquer situação. Começa dizendo: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia”. E termina assim: “O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio”.
Destaco neste salmo a expressão “AINDA QUE”. Ela é repetida três vezes: “AINDA QUE, a terra trema e os montes afundem nas profundezas do mar; AINDA que as águas venham a rugir e espumar. AINDA QUE os montes estremeçam na sua fúria…”. Em outras palavras; não há o que temer quando confiamos em Deus. A expressão AINDA QUE repetida, aponta para a fúria da natureza. Não há como acalmá-la, sua força é tremenda. Não há como fugir, ela nos alcança. Não há como prever, ela nos pega de surpresa. Só Deus pode controlar a fúria da natureza. Foi assim que Jesus fez com no Mar da Galileia (Mateus 8:23-27).
Esse salmo reflete as nossas lutas de cada dia. Estamos sujeitos às tempestades na vida. São doenças que nos surpreendem, problemas dos mais diversos tipos que nos abalam. Empregos que se vão. Pessoas queridas que partem para a eternidade e nos deixam saudades. Pais que se separam. Filhos que se envolvem em drogas. Perdas de bens materiais. Ladrões que minam nossos lares. Ufa! Parece que vivemos em guerra. Diante desse quadro desolador, nossa tendência é desanimar e fugir. O salmista nos ensina a confiar em Deus, porque muitas coisas não podemos prever, e a maior parte delas não podemos vencer. Precisamos confiar em Deus. AINDA QUE tudo possa acontecer em nossa vida, devemos manter a confiança em Deus, pois sabemos que somente dele pode vir o socorro, portanto, ele é o nosso refúgio.