Marcelo Frank: Com ele, bandido não tem vez

Lapeano, Policial Militar reformado que fez carreira no norte do Paraná, Marcelo Frank Siqueira, de 45 anos, foi o terror de muitos bandidos em mais de 20 anos de serviço. Apaixonado pela profissão, ele sempre almejou ser policial e por conta da personalidade forte e de episódios marcantes durante a carreira ganhou o apelido de “Rambo”, sendo um dos PM mais conhecidos no Estado do Paraná.
De família tradicional da Lapa, Marcelo viu seu pai criar o famoso Restaurante Mickey. Passou a infância no local e desde cedo tinha o sonho de entrar na PM. “Aqui na cidade a gente cresce ouvindo sobre o Cerco da Lapa, sempre gostei de escutar essas histórias. Eu morei sempre aqui ao lado do quartel, então ouvia os tiros, as formaturas… E, além disso, quando eu era novo sempre vinham policiais almoçar aqui no restaurante e eu ficava olhando as armas, me interessava por aquilo e falava que queria ser PM quando crescesse”, conta Marcelo.
Na década de 1990, o lapeano se dedicou meses seguidos aos estudos quando apareceu a oportunidade de um concurso da PM. Em 1998, passou na prova e começou sua história dentro da Polícia, em Curitiba.
Mas, foi no norte do Paraná que ele passou grande parte da sua carreira, sempre na região de Maringá, tendo trabalhado em várias cidades como Floresta, Itambé, Marialva, Colorado e Sarandi. Foi nessa região que ele ganhou o apelido de Rambo, quando em 2006 rendeu sozinho cinco criminosos armados na cidade de Floresta. A ação impressionou os moradores da pequena cidade, que logo o apelidaram de Rambo, apelido que pegou e causou alguns problemas para Marcelo. “Esse apelido é engraçado, mas me trouxe alguns problemas, tive que me explicar sobre isso para a corregedoria da Polícia e até para a Polícia Federal. Muitas histórias envolvendo o Rambo são contadas, mas o povo aumenta bastante, fizeram um lenda muito grande sobre mim e muitas coisas não são verdadeiras”, relata.
Mas, apesar das histórias a mais, o Rambo ficou famoso na região, ele não tinha medo dos bandidos, prendeu muitos criminosos e se envolveu em diversos confrontos com marginais ao longo desses anos. “Me lembro do mês de janeiro de 2011, onde em só um mês tive três trocas de tiros com criminosos, e esses confrontos não terminaram nada bem para eles. A gente não quer isso, mas às vezes era inevitável. Já fui baleado nas costas também, o colete me salvou. Eu fui bastante atuante enquanto estava na ativa, e às vezes você sendo atuante arranja bastante problemas, respondi muitos processos, gastei bastante com advogados. Tive também várias ameaças de morte por parte dos bandidos, já chegaram a oferecer R$ 5 mil para quem me matassem, já prometeram jogar uma granada dentro da viatura em que eu estava, mas faz parte”, afirma.
Sobre a criminalidade e o problema de segurança pública que o país vive, Marcelo garante que tudo tem muito a ver com as drogas. “Durante a minha carreira eu vi que 90% dos crimes acontecem por causa das drogas, ou o cara mata para usar droga, ou assalta pra usar droga. Infelizmente é isso”, diz.
Após várias homenagens e títulos conquistados pelos serviços prestados, o lapeano se aposentou da PM em 2017. Marcelo constituiu família em Maringá e hoje continua morando naquela cidade, mas sempre que possível está na Lapa ajudando no gerenciamento do restaurante da família.
Sobre a profissão de policial ele resume. “Um policial tem que ser chato, tem que aplicar a lei. E eu era assim, as pessoas muitas vezes não entendem, mas a minha profissão exige”, finaliza.